É costume, ainda que errado, avaliar o CDS, os seus militantes e dirigentes, por estereótipos. Raramente, há a possíbilidade de alguém do CDS dizer algo que não seja alvo de análises, normalmente inquinadas por complexos ideológicos.
Quando, na passada sexta-feira, falei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, estava à espera das interpretações e reacções do costume. E assim foi. Ainda a intervenção não ìa a meio, já as bancadas da esquerda e, segundo me dizem, algumas galerias, mostravam a sua tradicional tolerância. À primeira referência à liberdade, a invocação de direitos de utilização surgiu de pronto. À primeira alusão à tolerência, logo surge o paradoxal burburinho. Por fim, falar de igualdade é crime para pena máxima. Já nem eu me ouvia, tal era o alarido. Depois do debate seguiram as deturpações tão típicas do género, como é exemplo esta, onde a introdução à citação é totalmente falsa, dando-lhe o sentido contrário.
Pois bem, por muito que custe à esquerda totalitária, intolerante e sectária, é possível defender posições contrárias às suas, baseando-as na liberdade, na igualdade e na tolerância. Aliás, essa é a forma de combater o complexo de esquerda reinante, em Portugal, desde o PREC. É fundamental, que essa esquerda perceba que uma geração nascida depois de 1975 nada tem a vêr com esses complexos, e não está disposta a seguir essa cartilha.
Mas se estes complexos são comuns nessa esquerda, fiquei mais admirado com os complexos vindos destas paragens, supostamente, mais livres. Depois de lêr a divagação filosófica, fico sem perceber a relação da mesma com a conclusão. Confesso que me custa compreender a, dita, felicidade social, muito menos na suposta acepção moral. Ao contrário do que nesse post se refere, quando me opus à intervenção do Estado na felicidade das pessoas, foi exactamente por considerar que esta nada tem de colectivo. Entendo que a felicidade não é socializavél, muito menos com base em tradições ou complexos religiosos.
Ao autor, que acha que eu entendo que o Estado deve zelar por um determinado conceito de felicidade, devo dizer que, não confiava ao Estado nem o zelo pelo meu cão. Que, por acaso, não tenho, nem pretendo ter. Recomendo-lhe assim, que embrulhe a sua filosofia nos seus complexos e, se assim o entender, a confie ao Estado.