04
Jan 10
Por

João Pinho de Almeida

, às 17:56 | comentar

O governador do Banco de Portugal tem o condão de ser, manifestamente, infeliz nas suas intervenções públicas.  Desta vez, vem defender que Portugal não pode esperar pela recuperação económica para reduzir o défice.

 

Pois, não posso discordar mais. O caminho é exactamente o contrário. Portugal, só pode reduzir o défice se recuperar economicamente. É por isso que é fundamental reduzir a carga fiscal, promover as PME's, promover as exportações, apoiar a agricultura e as pescas, fazer investimento público cirúrgico.

 

Claro que há o caminho alternativo de aumentar impostos, fazer grandes investimentos públicos e abandonar os sectores produtivos. Mas esse foi o caminho que nos trouxe até aqui. E, é daqui que queremos sair.

 


A obsessão do défice em complemento com a obsessão dos números tipicamente conduzem a medidas que produzem resultados a curto prazo mas que condenam o médio-longo prazo do país. Os governos procuram apresentar belos números no final dos anos, tentando iludir os portugueses. Esses tais números raramente retratam o futuro do país, pelo que a visão de um governo não pode ser a de 4 anos, e muito menos a de um ano. Este governo é um belo exemplo de um governo que navega ao sabor dos números e, entretanto, Portugal prepara o seu colapso económico para o futuro.

Este país é cada vez menos atractivo para empresários e investidores (nacionais e estrangeiros). Portugal se não viver economicamente das suas empresas, vai viver do quê?
André Lucas a 4 de Janeiro de 2010 às 23:55

eu gostaria muito de estar de acordo tal como nunca estou com esse senhor de que se fala mas os nosso credores têm pressa e esse senhor não vem dizer nada que as pessoas sensatas já não saibam à muito tempo, infelizmente para todos nós, enfim esse sujeito já devia de estar algo diferente daquilo que faz e para o qual já mostrou não ter perfil. O meteorito da Bancarrota dirige-se a grande velocidade e não sabemos se vamos ter tempo de a evitar mesmo com medidas drásticas, como IVAs elevados, contenção ou congelamento salarial por 2 anos no Estado, "despedimentos em Massa" / Privatização do Ensino Estatal, etc.
André Moreira a 5 de Janeiro de 2010 às 09:59

...mais ainda!? Se há 17 dezassete anos que não mudo de escalão assim quanto tempo mais terei de esperar? Posso provar, mas prefiro que seja junto da UE, a justiça portuguesa não é confiável.
Guarda Abéu a 5 de Janeiro de 2010 às 10:08

Ha coisas que concordo.
Outras não.

Acho que o investimento publico é fundamental.
Sem megalomanias e exageros, se ficarmos parados e só apostarmos nas PME´s, o pais fica dependente do capital privado.

Lembro que Cavaco quando teve o mesmo problema, avançou com a politica de investimento publico......

Ja a descida de impostos era bem pensado...
Francisco Castelo Branco a 5 de Janeiro de 2010 às 11:08

Caro Francisco

Sobre o investimento público é exactamente isso que penso e que escrevi no post: "investimento público cirurgico".

Pois,
ha que separar o trigo do joio...

Entre investimento publico megalomano e necessário vai uma grande diferença

então é tempo de votarem contra em vez de assumirem a postura do "não concordo por isso abstenho-me"... aí obrigam o governo a fazer alguma coisa de facto...
caodeguarda a 5 de Janeiro de 2010 às 13:46

"promover as PMEs"

Que mania, essa das PMEs.

Isto parece conversa de comunistas. Esses é que odeiam o "grande capital" e apenas gostam das pequenas empresas.

Eu diria que é preciso criar um ambiente favorável para TODAS as empresas, sejam elas de que dimensão forem.

As grandes empresas, aliás, têm enormes vantagens: transferem tecnologia e são em geral bem mais cumpridoras das suas obrigações fiscais, laborais e ambientais.

Convido o CDS a abandonar essa conversa lamecha das PMEs. Digam "empresas" e não "PMEs"-
Luís Lavoura a 5 de Janeiro de 2010 às 17:31

Caro Luís Lavoura

As PME's são responsáveis por grande parte dos postos de trabalho, em Portugal. Por outro lado, estão muito mais expostas a uma carga fiscal elevada como a que temos. O CDS, não tem nenhum complexos relativamente às grandes empresas. É uma questão de prioridades e não de opções. A estratégia de promoção das PME's não se faz contra, ou em vez, das grandes empresas.

Luís Lavoura,

Comparar as ideias do CDS com os comunistas parece-me no mínimo ofensivo. O importante é que a economia cresça e que sejam criadas condições para que existam cada vez mais e bons empreendedores. Claro que as grandes empresas são também importantes, mas estas correspondem a uma pequena fatia da economia portuguesa e, além disso, empregam uma pequena percentagem dos trabalhadores. As PMEs empregam a maior fatia... Por isso, o combate ao desemprego passará por investir nas PMEs.

Além de que os maiores problemas na economia portuguesa não residem nas grandes empresas, mas sim nas PMEs. São as PMEs que muitas vezes vão à falência quando o estado não lhes paga a tempo e foi o desaparecimento de muitas destas uma das principais causas do aumento do desemprego.

Parece-me que o CDS não está a desprezar as grandes empresas, mas em termos estratégicos é necessário definir prioridades e focar nos problemas principais. Segundo a classificação em vigor, PMEs correspondem às empresas que têm até 250 trabalhadores. Dado que as empresas portuguesas têm uma média de 10 trabalhadores, parece-me claro que a maioria são pequenas empresas, havendo algumas médias e muito poucas grandes empresas.

P.S.: A meio da escrita da minha resposta parece que o deputado João Almeida se antecipou, por isso há coisas que eu digo que são repetição :)
André Lucas a 5 de Janeiro de 2010 às 18:21

Constâncio não regula...
Manuel Aranha a 11 de Janeiro de 2010 às 13:12

Quando falam em redução de carga fiscal estão a referir-se a que medidas em concreto?
Pedro Lopes a 16 de Janeiro de 2010 às 09:42

Na última fila da bancada do CDS-PP sentaram-se no primeiro dia, por acaso ou providência, os quatro deputados mais novos da bancada. Juntam-se virtualmente neste espaço para continuar as discussões após o fim dos trabalhos. Junte-se, leia e debata as opiniões dos deputados… Da última fila.
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